“A grande diversidade de público, temas e palestrantes que tivemos foi extremamente construtiva já que a biodiversidade diz respeito a toda sociedade"
É possível sensibilizar as pessoas a agir para que o Brasil alcance as mudanças necessárias para a proteção da biodiversidade nacional. Essa é a análise da presidente do VIII Congresso Brasileiro de Unidades de Conservação (CBUC), Malu Nunes, ao encerrar o maior evento da América Latina sobre conservação da natureza, na última sexta-feira (25), em Curitiba (PR). “Nossa expectativa é que todos que participaram dos debates e apresentações, sejam agora agentes de transformação e levem para seus ambientes de trabalho todo o conhecimento compartilhado durante esses cinco dias”, explica Malu.
Realizado pela Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza, o VIII CBUC contou com a participação de mais de 1.200 congressistas de vários estados brasileiros e do Distrito Federal. Foram mais de 50 conferências, simpósios e palestras, sete lançamentos de livros, 17 reuniões técnicas e 27 moções aprovadas. Moção é uma proposta, discutida em assembleia, sobre o estudo de um caso ou situação específica e que, após votação, é encaminhada para um órgão ou grupo responsável pelo tema que aborda.
Dentre as moções aprovadas está a que pede a criação do Parque Nacional do Albardão, em Santa Vitória do Palmar, no Rio Grande do Sul, unidade de conservação de extrema relevância para a preservação de pelo menos seis espécies como a toninha e o sapo-boi. Outra moção que merece destaque é a que pede a criação da Estação Ecológica Silvio Sampaio Correia, em São Paulo, para a preservação do jequitibá-rosa. No evento também foram apresentados 167 trabalhos técnicos que abordaram diversos assuntos relacionados às áreas protegidas e à conservação da natureza.
Para Malu, o evento conseguiu agregar a experiência de grandes nomes da conservação com a inovação de palestrantes novos. “Jovens inspiradores como Ryan Hreljac e Tomás Nora somaram-se a ícones da conservação como Maria Tereza Jorge Pádua e George Schaller. E na programação, temas até então pouco discutidos por conservacionistas, como o cinema, novas tecnologias e comunicação, instigaram os congressistas a repensar suas estratégias de atuação”, afirmou Malu.
Outra novidade do encontro foi a participação, pela primeira vez, da Convenção da Diversidade Biológica (CDB) da ONU. A instituição organizou um simpósio que discutiu negócios e biodiversidade. Presidido pelo secretário executivo da CDB, Bráulio Dias, o fórum afirmou que é necessário que o setor privado desenvolva iniciativas e soluções sustentáveis para adequar a sua produção aos serviços fornecidos pela natureza.
Com o objetivo de aproximar o tema da conservação da natureza da vida das pessoas, o CBUC apresentou a V Mostra de Conservação da Natureza, uma seleção de iniciativas em conservação desenvolvidas em instituições e por pesquisadores. A mostra contou com a Conexão Estação Natureza, exposição interativa que permite um passeio pela biodiversidade brasileira por meio de games e outras atrações, como um cinema sensorial 4D com imagens que podem ser contemplada em 360 graus. Algumas das principais ONGs ambientalistas brasileiras também estavam presentes com estandes na mostra, como o WWF- Brasil e a Conservação Internacional do Brasil.
“Assim, sociedade civil, empresas e governos, saímos deste encontro com mais conhecimento e argumentos para defender o papel indispensável das áreas protegidas na proteção de recursos estratégicos para o desenvolvimento do país e a garantida de qualidade de vidas das populações”, destaca Malu.
Um dos grandes resultados do VIII CBUC foi mostrar como é possível operar grandes mudanças a partir de ações simples, como os projetos apresentados pelos palestrantes Ryan Herjalc e Sue Gardner.
“A grande diversidade de público, temas e palestrantes que tivemos foi extremamente construtiva, já que a biodiversidade diz respeito a toda a sociedade e a sua conservação requer cada vez mais ações multissetoriais e interdisciplinares. Esperamos que as discussões e reflexões provocadas nesse Congresso sejam disseminadas e sirvam de inspiração para mobilizar os diversos setores da sociedade”, conclui Malu.
Sobre a Fundação Grupo Boticário: a Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza é uma organização sem fins lucrativos cuja missão é promover e realizar ações de conservação da natureza. Criada em 1990 por iniciativa do fundador de O Boticário, Miguel Krigsner, a atuação da Fundação Grupo Boticário é nacional e suas ações incluem proteção de áreas naturais, apoio a projetos de outras instituições e disseminação de conhecimento. Desde a sua criação, a Fundação Grupo Boticário já apoiou 1.439 projetos de 482 instituições em todo o Brasil. A instituição mantém duas reservas naturais, a Reserva Natural Salto Morato, na Mata Atlântica; e a Reserva Natural Serra do Tombador, no Cerrado, os dois biomas mais ameaçados do país. Outra iniciativa é um projeto pioneiro de pagamento por serviços ambientais em regiões de manancial, o Oásis. Na internet: www.fundacaogrupoboticario.org.br, www.twitter.com/fund_boticario e www.facebook.com/fundacaogrupoboticario.
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